2007-02-18

EM SEMANA DE EUFORIA CONVERSA LIGEIRA

Qual a importância da literatura e da leitura para si? E para a sociedade, em geral, a leitura é relevante? Que pode oferecer-nos a literatura nos dias de hoje?
Não lhe perguntaremos se gosta de ler e se tem hábitos de leitura, mas gostaríamos que nos respondesse se tem algum(ns) Autor(es) preferidos e qual(ais) o(s) livro(s) mais marcantes para si ou tão só aqueles de que mais gostou?

54 Comments:

Blogger Kai Mia Mera said...

Viva!

Para mim a leitura transcende-me, quando leio, seja que tipo de livro for, estou sempre numa constante aprendizagem, por vezes é tão bom podermo-nos identificar com qualquer personagem, qualquer frase, e com isso enriquecer o nosso “Eu” interior.

Utilizarei as palavras de Graça Moura num artigo no D.N para reforçar a minha ideia de leitura e a relação que tenho com ela: “Ora, como ele diz, os grandes autores ensinam-nos pelo menos tanto sobre a condição humana como os maiores sociólogos, psicólogos e filósofos.(…)” e mais a diante “O conhecimento da literatura não é um fim em si, mas uma das estradas reais que conduzem à realização de cada um." Ora o ensino volta as costas a este caminho”.

Os livros que mudaram a minha visão do mundo foram: "Cartas a Lucílio" de Séneca, o "Estrangeiro" de Camus, "Fio da Navalha" do Maugham e "Se isto é um homem" de Primo Levi

Mas nesta fase o livro que mais me identifico é as “Cartas a um jovem Poeta” de Rilke, muito mais poderia referir …

Bem-haja a todos,

Maribel

22:32  
Anonymous Anónimo said...

Sobre a importância da literatura não direi mais do que a Maribel nos deixou.
Quanto aos gostos, também "O Fio da Navalha" do Maugham é um livro de referência para mim, até pelas gratas memórias que me traz de alguém a quem quero muito. Sobretudo gosto da Isabel Allende, pela galeria de heroínas que nos apresenta e pela forma como acaba por tratar com profundidade a alma feminina, se é que o termo tem alguma validade, como costuma dizer alguém que eu conheço. E não escolho um livro que gosto mais dela pois gosto de vários e não sei decidir qual deles gostei mais.
Não me recordo de alguma obra que possa dizer que tenha sido marcante na minha vida. Talvez o livro da primeira classe, eheheh.
Boa semana para todos.

00:16  
Anonymous Anónimo said...

Confesso que leio pouca ficção, pois o tempo de que disponho não é muito e vejo-me obrigado a leituras técnicas que depois requerem descanso.
A literatura é importante, afinal, como se costuma dizer,viajamos muito enquanto lemos, não é verdade? Mas sobretudo porque nos permite reflectir sobre a vida sem se no contexto das formas pesadas do pensar filosófico ou científico. Os povos com menores índices de leitura são sempre os mais pobres e tal não é por acaso.
Gosto muito de autores portugueses e o Eça continua a ser o principal entre todos. O livro de que mais gostei até agora foi "O Milagre de São Francisco" do Steinbeck.

11:07  
Anonymous Anónimo said...

Gosto de livros de História que são as minhas leituras favoritas e os romances que mais aprecio são desta natureza.
Diz o povo que o saber não ocupa lugar e é através dos livros que podemos aumentar os nossos conhecimentos.
O livro que mais gozo me deu ler ainda continua a ser um livro do Umberto Ecco, "O Nome da Rosa" e o Autor que mais aprecio é uma descoberta recente, Amin Maalouf.

11:42  
Anonymous Anónimo said...

No meu caso, os livros que se «atravessam» no agitado dia-a-dia, são indicados por alguém com que me cruzo... Sempre em recomendação, trazem uma prespectiva a mais da experiência não só do autor mas também da pessoa que me despertou o interesse pela obra... Levo algum tempo após a leitura de cada um a recompôr o meu mundo, pois quase sempre orbito e auto analiso-me no decorrer da assimilação das mensagens... Gostei de ler «O perfume» e «A Profecia Celestina», alguns anos atrás... Recentemente li «Cem anos de solidão», que ainda estou a «degustar».

Saudações

17:36  
Anonymous Anónimo said...

A leitura é de grande importância. Um bom livro faz-nos viajar por um campo aberto de caminhos, caminhos esses que surgem porque cada interpreta o que lê de uma forma diferente. Serão talvez esses os maiores atributos de um livro, unir a criatividade do autor com a do leitor e simultaneamente permitir que ambos tenham a mesma visão do escrito e do lido, ou pelo contrário, cada um possuir uma visão diferente e daí surgir a maior riqueza de um livro. Essa riqueza consiste em, o livro mexer com cada leitor de uma forma diferente, intima pessoal e intransmissível.
Todos sem excepção deveriam ser incentivados a ler mais, também eu estou incluída no grupo dos que devia ler muito mais.

Dois são os meus autores preferidos, e ambos portugueses. O primeiro é Eça de Queirós, o segundo Fernando Pessoa, tanto um como outro, brilhantes no seu estilo.
Como livro preferido e sem dúvida o que até hoje mais me marcou, e de cada vez que o releio surgem novos sentimentos e o fascínio pelo autor aumenta é “O Livro do Desassossego” de Pessoa.

Uma excelente semana para todos

Sofia

22:05  
Anonymous Anónimo said...

As minhas leituras preferidas são temáticas e mais viradas para livros científicos, especialmente nos domínios das ciências exactas e das ciências naturais.
O livro que mais me marcou foi o "Cosmos" de Carl Sagan que li no início da adolescência; embora não tenha entendido a maior parte das coisas que lá vinham, coisa que só mais tarde compreendi, foi essa leitura que me ajudou a tomar as opções mais decisivas da minha vida.
A leitura é fundamental e basta ter presente que desde que há escrita que as sociedades têm alargado cada vez mais não só o número de pessoas alfabetizadas, como aquela tem alastrado a todos os domínios da vida comum e em sociedade.
Gosto muito de ler Pearl Buck, por exemplo e por influência dos meus pais.
Uma boa semana para todos.

16:39  
Anonymous Anónimo said...

Leio desde garota por influência dos meus pais e aqui chamo a atenção para a importância da educação familiar no despertar para a leitura. Onde é que deve começar o trabalho de cativar para a leitura, na família ou na escola? E como é que isso se consegue? São perguntas em que os amigos do Largo podem pensar e tentar responder a elas. Parece-me outro aspecto interessante deste debate.
A leitura é importante e já antes de mim explicaram porquê.
Os livros que mais me marcaram foram alguns clássicos, especialmente russos e cito apenas o monstro Tolstoi, de quem li várias obras de que a Guerra e Paz é a mais emblemática e também aquela que mais prazer me deu.
Vou citar, entre os portugueses, porque me parece que devemos promover a nossa cultura, o sempre actual Eça com a sua galeria de personagens que tão bem ainda retratam o Portugal dos nossos dias e entre os vivos gosto bastante de Saramago que me parece o melhor de todos.
Parabéns por mais esta conversa. Boa semana para todos.

18:14  
Anonymous Anónimo said...

O povo não precisa de grandes leituras nem de conversas, precisa é de trabalhar que é o que faz pouco, ou o que tem feito pouco neste últimos trinta e dois anos de festança e desperdício.

18:19  
Blogger tacci said...

Como ler é uma espécie de compulsão, não tenho livros propriamente favoritos, ou melhor, o que foi favorito aos dezoito anos (provavelmente o "Contraponto" de A. Huxley) foi dando lugar a outros, ao sabor das aventuras em que eu ia embarcando. Claro que o Eça tem atravessado todas as minhas idades, sobretudo "A cidade e as serras" e o "Fradique Mendes". De modo que vou formando assim como que um quadro de honra (honra minha em recebê-los, não deles por me terem como leitor). Por lá estão desde policiais e romances de F.C. (a Ursula K. Le Guin, pex.) até às Meditações do Descartes. A última aquisição é o J. M. Coetzee, prémio Nobel de 2003, como se lembram, e dois dos seus livros, "À espera dos bárbaros" e "A idade do ferro".
E, dos portugueses actuais, os meus favoritos são o João Aguiar("Navegador Solitário e "Diálogos das Compensadas", talvez), o Mário de Carvalho e o Paulo Castilho, embora este último não tenha publicado nada nos últimos anos.
Mas pronto. Já abusei da vossa paciência.
Um abraço a todos e, em especial, ao Luís.

18:47  
Anonymous Anónimo said...

Isto na minha modesta opinião.
Genuinamente português, Alves Redol. Leiam e meditem. A alma humana está ali tratada de forma pungente, mas sempre num ângulo de carinho pelo Homem e a Vida. Infelizmente, é um ilustre desconhecido para as novas gerações.
Entre os vivos o Mestre, Mário Vargas Llosa. Só lido; a literatura está ali toda e com uma finura sem igual.
Cumprimentos para todos.

19:15  
Blogger Joaquim Nobre (JJ©N) said...

Não há dúvida que a leitura é uma paixão!

Quando estamos a ler, os sonhos parecem tornar-se realidade, o prazer aparece, a satisfação é evidente, o tempo pára por breves momentos, a nossa imaginação comanda a vida…

Mas não há tempo para ler, as novas tecnologias tomaram o espaço antes preenchido, o trabalho prende-nos á realidade, os minutos passam tão depressa, o amanhã já bate á porta…

E aquela chama pequenina que nos puxa para o caderno de apontamentos e transforma simples palavras em recordações ou aventuras fascinantes? Mas a mão teima em não continuar, falta-lhe forças, motivação…

Lembro-me em criança, fugir para a biblioteca para saborear, passar as páginas rapidamente na livraria antes de acabar, mergulhar naqueles gigantes das Selecções e voar…

Mas o tempo não perdoa, cresce-se, e é altura de mudar.
Fica sempre o desejo, a ternura do olhar, nunca se esquece, nunca é tarde para voltar…

E recordo tantas palavras com emoção…capas, folhas e o cheiro da tentação…
Aquelas viagens, lugares exóticos, animais, ficção cientifica, Natureza, muita fotografia, história e alguma teoria, arte, uns pozinhos de poesia e a sempre incómoda filosofia …

O homem nu e a nossa relação, guerra do mundo ainda hoje causa sensação, vida na terra maravilhosa, o conhecimento garante a evolução…o mundo das formigas apaixonante, Robinson delirante…

Hoje, os tempos são outros, falta-nos tempo e dedicação, o teclado arremessa-nos para um mundo virtual, mas não levamos a mal, pois o futuro chama-nos, as possibilidades são intermináveis e ainda estamos longe do final…

Mesmo assim, os prazeres são os mesmos, a ficção impõe-se, novos visionários são descobertos e as imagens absorveram quase tudo o resto…

Existe tanta fartura, a escolha é colossal, basta perder uns instantes,
pois ler nunca fez mal…

JJCN

22:08  
Anonymous Anónimo said...

É como diz a Maribel, a leitura alimenta o espírito e que lhe sentimos o prazer, vira paixão como diz o JJCN.
Tema simples mas com belos comentários. A conversa está cheia de interesse e devíamos tratar as perguntas da Srª. Amélia Costa.
Com o devido respeito que o Sr. Luís merece, são ainda mais interessante do que aquelas com que se lançou o debate.
Tudo o que no meio familiar se possa fazer para despertar o interesse pela leitura nunca será dispiciendo. Conheço estudos empíricos em diversas escolas de Portugal em que se verificam relações estatísticas directas entre o bom aproveitamento escolar e os adolescentes que responderam terem pais que lêem e a quem leram história na mais tenra idade e que depois, eles próprios, se inciaram cedo na leitura.
Por isso é que é importante que Estado aposte numa boa rede de pré-escolar, pois como se sabe, sãomuitas as famílias que ainda não têm competências para o fazer.
Pessoalmente leio desde o fim do primeiro ciclo do ensino básico e os meus pais sempre me incentivaram a ler.
Não tenho nenhum livro que me tivesse marcado de forma especial. Quanto a Autores, numas épocas gosto mais de uns, noutras fases da minha tenho gostado mais de outros. Os livros agradam-me ou não,mas sei ver se estão bem ou mal escritos e se a história está bem ou mal contada. Alguém citou aqui Maalouf, é dos meus preferidos, mas um livro entre á última meia dúzia que li e gostei muito é "A Cor da Felicidade" de uma escritora chinesa de nome Wei-Wei.
Cumprimentos para todos e um resto de uma boa semana de trabalho.

22:50  
Anonymous Anónimo said...

Blog interessante. Li outros temas e muitos dos comentários de participantes habituais e tiro-lhes o chapéu. Isto é qualidade cinco estrelas. Vocês sabem apresentar e discutir ideias e cheios de elevação. Nunca vi um blog assim. Quem quer que sejam os responsáveis, parece-me que pelo menos há um rapaz e uma rapariga, dou-lhe os parabéns, pois fazem aqui um trabalho cívico de primeiríssima água. E ainda dizem que a juventude não sabe fazer nada.
As minhas leituras preferidas foram variando com os anos. Tempos houve em que preferi a literatura de viagens e os Atlas e afins, mas também já passei pela fase dos livros de História e de Filosofia. Uma constante terão sido os romances e a poesia, a que dou muito valor.
Um livro que me marcou muito, por motivos meramente pessoais e é uma peça de teatro, foi "As Mãos Sujas" do Sartre. Mas um que gostei muito de ler e que talvez tenha sido o melhor livro que li até hoje foi "A Condição Humana" do Malraux. Entre os portugueses li toda a obra do Eça e "A Cidade E As Serras" que aqui já foi citado, foi o livro que mais me maravilhou em toda a minha existência. É talvez o maior canto à Vida e à alegria de viver que já se escreveu na Língua Portuguesa.
José Gomes Ferreira, quem se lembra? Não o poeta militante, mas o dos primeiros livros. Fresco como nenhum outro. Belo que só ele conseguiu ser e sempre delicado nas peças que compunha. Pessoa é o monumento, incontornável, talvez o maior poeta do século vinte e do mundo inteiro.
Mais uma vez apresento as minhas melores saudações a todos. Aos responsáveis por serem capazes de alimentarem uma conversa que criou um belíssimo ponto de encontro bem imbuído do espírito da tertúlia de café, tão típicos na minha juvetude. Aos participantes pelo nível de educação e cultura que demonstram.
"No Largo da Graça" é mesmo um largo e vocês são dignos cidadãos do mesmo. Continuem meus rapazes e raparigas, vocês merecem o respeito de todos.

00:00  
Anonymous Anónimo said...

A leitura enriquece-nos, faz-nos crescer enquanto pessoas, ficamos mais fortes.
Uma boa leitura pode inspirar-nos para o percurso da nossa vida.
A leitura de um livro, pode não ficar só para nós, podemos partilhá-la com os outros e daí ser um cescendo de registos, que nos ficam na memória.
Costuma dizer-se que "os livros são nossos amigos", muitos deles são para sempre e de vez em quando, vamos visitá-los quando os lemos.
Faço parte da "Comunidade de Leitores", que existe em Alhos Vedros, no âmbito da Escola Aberta Agostinho da Silva, da CACAV.
Somos um grupo que se encontra de vez em quando, tendo por motivo a leitura de um livro que foi previamente escolhido.
Actualmente o livro que está em leitura é "A Sombra do Vento", de Ruiz Zafón" e desde já vos recomendo, porque foi dos melhores livros que já li.
"Cada vez que um livro muda de mãos, cada vez que alguém desliza o olhar pelas suas páginas, o seu espírito cresce e torna-se forte".

Boas leituras.

02:38  
Anonymous Anónimo said...

a leitura é importantissima para a sociedade, e quanto maior o nivel literário da sociedade mais qualificada ela é.

Não ligo muito a ficção, prefiro livros cientificos e biografias. O último que me prendeu a atenção foi "Freud 150 anos depois".

Os melhores cumprimentos a todos os participantes e parabéns aos criadores deste magnifico blog, faltam mais espaços destes.

02:51  
Anonymous Anónimo said...

Um livro é um espelho.
Ler é criar um mundo pessoal interior onde construimos à nossa maneira uma história inventada por alguém.

Para as crianças ( e eu adorava entrar naquelas carrinhas da Fundação Gulbenkian que antigamente passavam regularmente por cá ) tem um valor enorme na sua formação futura.

Stanislavaky, DeRose, Molinero, Rinpoche, Saramago, Camões, Pessoa,Herman Hesse,Agostinho da Silva, J.L.Borges, Irving Wallace,etc.

"Línguas de Fogo" de Paulo Borges é o livro que estou a ler e pelo que já li aconselha~se.

03:27  
Anonymous Anónimo said...

Stanislavsky (sorry)

03:30  
Anonymous Anónimo said...

Leitura e liberdade sempre andaram, de mãos dadas. Para quem duvide, recordo uma frase de Goebbels, o sinistro Dr. Goebbels a quem atribuem a bonita frase, "quando ouço falar de cultura puxo logo da pistola". Pão e circo sempre foram as letras dos tiranos, mesmo quando se disfarçam nos jogos que para eles são joguinhos eleitorais.
Não tenho livros preferidos pois gostei de muitos e o mesmo se aplica aos escritores.

16:09  
Anonymous Anónimo said...

Olá Patrícia,
Também li o livro da Wei-Wei. Grande mulher, heim que para mim nada mais é que uma alegoria da China, a China que apesar dos Imperadores e das revoluções permanece a mesma nos seus ritmos e culturas tradicionais.
Se te agradou assim tanto este romance, experimenta ler Pearl Buck. Vais adorar, garanto-te.
E dou-te os parabéns pelo teu comentário. Brilhante.

18:12  
Blogger ATIREI O PAU AO GATO said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

21:32  
Blogger no largo da graça said...

"in media stat vistus" este largo também é seu e mais bonito fica com a sua presença. Fazemos votos para que escolha a sombra de uma das oliveiras desta praça e escolha visitar-nos muitas mais vezes, para nos acresentar a precisão das suas palavras e a elegência dos seus pontos de vista.
Naturalmente agradecemos as suas palavras cheias de generosidade para com este humilde espaço e ainda mais agradeceremos se no futuro nos oferecer mais resultados das suas visitas neste sítio que se quer de liberdade.
A alegria será de todos nós.
Paz e saúde para si e todos os que lhe sejam queridos.
Luís F. de A. Gomes

21:37  
Anonymous Anónimo said...

Cá voltarei, sem sombra de dúvida. Com tão amável recepção seria dificil não voltar cá.

Estarei com atenção às actualizações do blog.

23:03  
Anonymous Anónimo said...

Quem lê e tem o que ler nunca está só.
A Srª. Amélia Costa faz bem em destacar a importância que as famílias podem ter no aparecimento e sedimentação de hábitos de leitura. Tudo começa precisamente aí e sabemos que um povo com bons índices de literacia produz mais e melhor e é que está mais capacitado para se adaptar em épocas de transformações. Apesar de tudo o que Portugal se tem feito nos últimos trinta e dois anos e dos avanços que indubitavelmente se têm conseguido, ainda há muito para fazer e s benefícios só virão a ser colhidos nas próximas gerações.
Infelizmente não tenho tanto tempo quanto gostaria para ler outros livros que não os de que necessito por motivos profissionais, mas nas férias e embora pouo, ao longo do ano, procuro sempre que posso ler ficção que me distrai e engrandece a alma, como começou por dizer a Srª. Maribel.
Lembro um grande escritor de que ninguém até agora falou. Thomas Mann. "Os Buddenbrook" ou "Tonio Kröger" são duas obras dele que aconselho. Um português universal e que tem obras intemporais como "O Trigo E O Joio", o saudoso Fernando Nogueira.

Sérgio Saraiva

23:04  
Anonymous Anónimo said...

"O vento, que é um pincha-no-crivo devasso o cuiroso, penetrou na camarata, bufou, deu um abanão. O estarim parecia deserto. Não senhor, alguém dormia meio encurvado, cabeça para fora no seu decúbito, que se agitou molemente. Volveu a soprar. Buliu-lhe a veste, deu mesmo um estalido em sua tela semi-rígida e imobilizou-se. Outro sopro. Desta vez o pinhão, como um pretinho da Guiné de tanga a esvoaçar, liberou-se da cela e pulou no espaço. Que pára-quedista."
Dou um prémio a quem se lembrar do Mestre que escreveu isto.

23:22  
Anonymous Anónimo said...

Cumprimentos para todos.

23:25  
Anonymous Anónimo said...

Ler não ocupa lugar.
Saramago eGarcia Marquez, sempre.
"O Evangelho Segundo Jesus Cristo" e "A Crónica De Uma Morte Anunciada", os livros de que mais gostei.

11:46  
Anonymous Anónimo said...

Como disse alguém que não me recordo agora o nome "Um dos principais deveres do homem é cultivar a amizade dos livros"
Daí a minha dificuldade em escolher o meu preferido.

13:01  
Anonymous Anónimo said...

Já li um livro dela, mas não vejo o que tenha a ver com a Wei-Wei. Até gostei muito. Fez-me lembrar as aventuras dos cinco, mas para adultos e com uma destas artes que parece que estamos a ver um filme cheio de magia. Li esse livro num dia. Comecei depois do almoço e só acabei quando o terminei, não fui capaz de parar. Estou a tentar lembrar-me do nome mas não me vem à memória, já o li há uns anos, nas férias do décimo segundo ano. Mas não tenho esse livro aqui comigo e não sou capaz de dizer agora o nome. Era a história de um Lorde inglês arruinado e na eminência de vender a sua propriedade rural onde vivia no castelo secular da família e depois é a aventura que acaba bem e a contento de todos, com o jovem americano que adquire a quinta e o castelo a acabar por encontrar o amor no fim. Gostei muito, já não me recordo dos pormenores mas li-o de enfiada, como disse. Sei que a escritora foi prémio nobel e deve ter muitas mais obras mas não conheço. Tem alguma coisa a ver com o oriente?

23:39  
Anonymous Anónimo said...

As minhas leituras preferidas vão para os romances. Raramente leio livros de outra natureza e não me considero um grande leitor. Leio uma média de uma dúzia de livros por ano.
Não tenho autores preferidos, mas gosto de hisdtórias bem contadas e que nos prendam e distraiam. Por isso gosto do Irwin Wallace e o livro que até agora mais me encheu as medidas foi "O Sétimo Segredo" deste escritor.

08:59  
Anonymous Anónimo said...

Leitura é formosura.

11:18  
Blogger Frioleiras said...

Mt obrigada pelos comentários e pelo convite que me fizeste no meu blog...

Um grd abraço !!!


F.

20:32  
Blogger mac said...

O Miguel Esteves Cardoso comentou, há alguns anos atrás, que os portugueses, com o seu hábito de levar literatura para a casa de banho, deveriam construir mais wc's. Assim a percentagem de leitores aumentaria.
Pessoalmente faz-me um bocado de impressão ir a casa de alguém, e ver que ali não existem livros.
O livro que mais me impressionou foi "1984" de Orwell.

22:10  
Anonymous Anónimo said...

"A diferença que existe entre um letrado e um iletrado é que o primeiro fala daquilo que lê e o segundo fala daquilo que sente"... penso que li esta citação, embora não tenha a certeza, num texto de Agostinho da Silva.

Posto isto ocorreu-me uma pergunta: Será que os extra-terrestres também lêm?

13:50  
Anonymous Anónimo said...

Morte no Castelo. Os outros romances falam do Oriente, China, India, Coreia e Japao. A senhora foi criada no Oriente, pois os pais foram missionarios na China muitos anos e por isso sabia do que falava. Aconselho, por exemplo, a Flor Oculta.
Algo se passa com o meu pc. Escreve sem assentos. Termino ate ver o que se passa.

23:28  
Anonymous Anónimo said...

Desculpas a todos pelos erros. Espero corrigir esta anomalia.
Bom fim de semana para todos. Um beijinho, Patricia.

23:33  
Blogger tacci said...

Meu caro Armando Coelho:
É do Aquilino Ribeiro, juraria! Ou já li ou o som da frase é tal que, se não foi ele a escrevê-la, foi algum diabo a tentar imitá-lo. Acertei?
Venha de lá esse prémio!
Um abraço para todos.

23:28  
Blogger tacci said...

Já agora que comecei, dêem-me licênça para repetir aqui o que já disse ou escrevi noutro lado qualquer (podia ir à procura e fazer uma ligação, mas dá menos trabalho escrever outra vez):
O romance, tal como o conhecemos, terá começado aí pelo sec. XVIII, mas é no século XIX que se expande e ganha importância. E, por curiosa que seja a coincidência, é nesse mesmo século que a educação ganha importância, que se criam os liceus, que a pena de morte é abolida, que se acaba com a escravatura e com a prisão por dívidas, que as mulheres começam a escrever... não é curioso que tudo isto seja contemporâneo de um Rousseau, de um Victor Hugo, da Jane Austen e das irmãs Brönte, do Dickens e de toda esta gente?
O romance, julgo eu, leva-nos à interioridade do outro,leva-nos a sentir como ele se sentirá. Como se sente o escravo? Como se sentia o Jim no Huckleberry Finn que só queria chegar a uma terra livre onde pudesse trabalhar para resgatar os filhos? E como se sente o Huck, entalado entre a moral esclavagista aprendida desde pequenino e a amzade ao negro Jim?
Não sei se a decadência do romance não será um dos objectivos primeiros desses sei-lá-quem que nos querem atentos veneradores e obrigados espectadores de anúncios na televisão.
Só mais uma coisinha e prometo nãop vos maçar mais:
Li, há já um par de anos, um livro emn que o narrador é um menino-soldado num daqueles países ao sul do Sará. O livro, de Ahmadou Kourouma, chama-se "Allah n'est pas obligé", ou seja, "Alá não tem a obrigação". De que é que Deus não tem a obrigação? Pois bem, de ser justo cá em baixo. Chamemos-Lhe Alá ou Jeová, o que importa é a afirmação de que a justiça divina, neste mundo aqui de baixo, não tem de existir. É o que sente um menino-soldado. E nós, europeus, sentimos que é injusto não podermos ter um BMW.
Enfim, espero que me perdoem este arrazoado todo.
Outro abraço para todos.

00:02  
Anonymous Anónimo said...

Meu caro Tacci, tenho a comunicar-lhe que o prémio está quase ganho, mas agora há o segundo nível, como estamos num espaço virtual...
Qual é a obra que começa de uma maneira que só um Mestre como o Autor do "Quando os Lobos Uivam" foi capaz de conseguir?
Este será o último obstáculo após o que será considerado vencedor.

Armando Coelho

PS
Não consigo inserir o comentário com identificação.

19:11  
Blogger tacci said...

Meu caro Armando:
Isso não vale. O que está escrito lá em cima é «dou um prémio a quem se lembrar do Mestre que escreveu isto..." Este é que é o regulamento do concurso.
Mas, pronto, assim de repente, eu arriscaria o "Volfrâmio", sem certezas nenhumas. Desta vez falhei, não falhei?
Outro abraço.

10:47  
Anonymous Anónimo said...

Aquilino Ribeiro, A casa grande de Romarigães: crónica romanceada (1957). Lisboa : Bertrand, cop. 1985

12:55  
Blogger maria inês said...

depois de entrar e sair,ler e reler, que posso eu, grande "mandriona" que me tornei, dizer acerca desta tema!

ler é essencial, é estimulante, ler enriquece com novas experiência, novas ideias, novas pessoas, ler é fundamental para o nosso crescimento!

será que é uma das coisas que me anda a fazer falta?

16:44  
Blogger CORRE PÉ said...

A "máquina" tecnologicamente mais avançada que o homem inventou é o livro que o homem criou.

22:14  
Blogger no largo da graça said...

Viva Frioleiras, é tão bonito quando tu apareces em algum lugar. Volta muitas vezes, os encantos de onde vens estão na beleza que transportas contigo. Pena é que não nos tenhas falado das tuas leituras. Mostras saber tanto sobre música, Frioleiras.
Mas ficamos à espera que nos visites novamente e dessa próxima vez partilhes connosco um pouco mais da luz que trazes dentro de ti.
Luís F. de A. Gomes

00:23  
Anonymous Anónimo said...

Tem toda a razão Tacci, claro que não vale, mas já percebeu que isto foi uma pequena brincadeira. Só espero que o amigo Luís não se importe por estarmos a usar o seu espaço para este género de coisas, mas acho que ele não se importará.
Mas o meu caro senhor ganhou, embora não haja prémio para além dos parabéns. Poderíamos dividir o mérito com o anónimo que nos indicou o livro, mas a principal referência é a sua e depois dela tudo estaria mais fácil.
A única coisa que eu quis fazer com esta partida aos leitores foi chamar a atenção para um dos maiores Mestres da Língua Portuguesa e alguém que deixou o Portugal Profundo retratado de forma sublime, quer na paisagem, quer na alma. O livro em causa é disso um exemplo maravilhoso. Ora e o Tacci não concorda que devemos chamar a atenção para a nossa cultura e os nossos maiores valores?
Bem, mais uma vez peço ao Luís que compreenda esta pequena brincadeira e não a leve a mal.
Para ele um abraço de respeito e admiração e para si Tacci,um grande abraço de amizade. Saudações para o(a) anónimo(a) que nos indicou a obra certa.

13:00  
Anonymous Anónimo said...

Olá Paulo, espero que os problemas do pc estejam resolvidos.
Estou a ler a "Mandala" da Pearl Buck e estou a gostar muito. É mais profundo do que parece à primeira vista. É mais que uma história de amor, dá-me a ideia que pretende reflectir sobre os contactos entre mundos e culturas diferentes. E deixa perguntas, pelo menos é que estou a ver até ao momento. Muito obrigada pela sugestão e acredita que vou ler mais livros desta Autora. O que me recomendas?
Um beijinho
Patrícia

PS
Não sei como dizer isto mas tenho que chamara a tua atenção. Escreves acento com dois ss. Deve ter sido uma distracção, não tem grande importancia mas deves ver isso.
Um beijinho
Patrícia

19:21  
Blogger tacci said...

Meu Caro Armando, claro que percebi e agradeço o prémio. De facto li, há já uns quantos anos, "A Casa Grande de Romarigães" e, com as separações e mudanças de casa, não faço ideia de quem ficou com o livro. Felizmente, graças ao «Anónimo» e a si, recuperei essa memória e, em passando um dia destes pela Bertrand, vou ver se arranjo de novo um exemplar. Mas, já agora, sabe qual é o mais espantoso livro do Aquilino para esta seu amigo? É o "Andam faunos pelos bosques". Porque é que esse Portugal desapareceu? Era assim tão importante progredirmos?
Suponho que sim, a electrificação do país e os antibióticos para toda a gente não têm contestação possível. Mas nada nos impede de ter consciência do que perdemos em espontaneidade e autenticidade.
E, se me permite imitá-lo, e o Luís não correr connosco à vassourada, que livro começa assim:
«Não há grandes horas, querido amigo, que o Fortuna, depois de metralhar a paz celestial do pátio com a estrídula algazarra da sua buzina de carteiro, assombrando os galos pelos quinchosos, picando as comadres: Ai que é tempo de por a panela ao lume! me entregou a sua carta.»
É de um romance epistolar de que eu também gosto muito.
Claro que o prémio sâo os parabéns.
Um abraço para si, para o Luís e para os restantes companheiros destas caixas de comentários.

22:07  
Anonymous Anónimo said...

Nem sei como explicar, Patrícia, mas não fui capaz de escrever o c e por isso usei a forma errada. Ao que parece o teclado deu o badagaio, mas agora está tudo bem. Tenho outro.
Fico contente por gostares da recomendação que te fiz. Conheço esse livro e é como dizes. Podemos falar depois sobre ele. O que é que dizes?
Já te indiquei "A Flor Oculta". Para mim, a obra-prima da mulher é a triologia "Terra Bendita", "Os Filhos de Wang Lung" e "Casa Dividida". É de uma beleza indescritível. Mas há outros livros brilhantes. Pessoalmente acho-os todos assim. Mas "O Patriota" foi dos que mais gostei e "A Serpente Vermelha" é outra pérola.
Patrícia, gostei muito que me tivesses chamado a atenção para o erro. Foi bonita a forma como o fizeste.
Um beijinho

23:50  
Anonymous Anónimo said...

Bom dia Paulo
Obrigada pelas tuas palavras, mas tu pareces-me uma pessoa muito simpática. Quando acabar este livro vou procurar aqueles de que falas. Gosto muito de ler e não passo sem leitura diária. Pelo que vejo, Pearl Buck entrará no clube dos meus autores favoritos.
Um beijinho
Patrícia

09:05  
Anonymous Anónimo said...

É muito gentil da tua parte Patrícia, mas tu também me pareces uma moça muito simpática e muito inteligente.
Somos colegas, sabes? Eu também sou professor.
Um beijinho
Paulo

14:00  
Anonymous Anónimo said...

"A plateia entrou em êxtase. A entrada dos dois de mãos dadas, ambos com um imenso sorriso nos lábios, era a prova provada que o amor estava à porta." Parabéns Luis.

23:11  
Anonymous Anónimo said...

"A necessidade de uso de óculos são uma prova de que a gente não fomos feitos para ler". (Leonel Limão)

11:01  
Blogger no largo da graça said...

Parabéns para todos vós, é que mais uma vez temos que aqui deixar em sinal de homenagem por a quem afinal caberá a responsabilidade pelo eventual interesse que possa ter esta humilde praça de oliveiras que lhe pertence por inteiro e de pleno direito.
Pessoalmente, deixam-me verdadeiramente encantado com aquilo que vejo vocês conseguirem aqui. Permitam-me pois que expresse o meu maior bem-hajam por isso.
Como é habitual, deixo-vos aqui o convite para que participem no novo debate que lançaremos em seguida.
Luís F. de A. Gomes

21:42  
Blogger Francis said...

Eu cheguei tarde, mas cheguei.

Sebastião Alba, "Os Albas", é um livro que me anda a encantar.

E muita coisa de Morris West.

Os Depoiamentos de Nuremberga, que a 2ª Guerra Mundial fascina-me.

Um abraço para todos.

16:13  

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