2007-02-18

EM SEMANA DE EUFORIA CONVERSA LIGEIRA

Qual a importância da literatura e da leitura para si? E para a sociedade, em geral, a leitura é relevante? Que pode oferecer-nos a literatura nos dias de hoje?
Não lhe perguntaremos se gosta de ler e se tem hábitos de leitura, mas gostaríamos que nos respondesse se tem algum(ns) Autor(es) preferidos e qual(ais) o(s) livro(s) mais marcantes para si ou tão só aqueles de que mais gostou?
Como dissemos, entre e converse. Partilhe connosco as suas opiniões sobre assuntos, assim o esperamos, do interesse do comum dos mortais.Para conhecer melhor este espaço entre na secretaria. Aí obterá toda a informação necessária a respeito de toda a constelação de "Atirei o Pau ao Gato".

2007-02-04

AS DUAS METADES DO CÉU

«A igualdade hoje em dia significa “semelhança”, “ser o mesmo” mais do que “unidade”, “ser um só”. É a semelhança das abstracções, dos homens que trabalham nos mesmo empregos, que têm os mesmos passatempos, que lêem os mesmos jornais, que têm os mesmos sentimentos e ideias. (…)A igualdade tem exactamente esse preço: as mulheres são iguais porque deixaram de ser diferentes. A proposição iluminista l’âme n’as pas de sexe, a alma não tem sexo, tornou-se prática corrente.A polaridade dos sexos está a desaparecer e com ela desaparece o amor erótico, que se baseia nela. O homem e a mulher tornam-se o mesmo, e não iguais, como dois pólos opostos. A sociedade contemporânea apregoa este ideal de liberdade não-individual, porque precisa de átomos humanos, todos iguais para os fazer funcionar em massa, suavemente, sem fricção; todos a obedecer às mesmas ordens e no entanto cada um convencido de estar a seguir os seus próprios desejos.(…)O homem e a mulher só encontram união em si na união dos seus pólos feminino e masculino. Esta polaridade é a base de toda a criatividade.»Fromm, E. (2002) A Arte de Amar. Cap. 2: A Teoria do Amor, pp. 24-25, 41. Lisboa: Pergaminho.
Pode haver amor sem os dois pólos sexuais e sem que o desfrute e o prazer sexual lhe esteja associado? Mais do que pode, faz sentido que haja amor sem essa vertente dos sentidos em que aquele se realiza? Mais especificamente em torno das palavras do próprio texto em si, faz sentido que uma perspectiva feminista da sociedade exclua o amor? Faz sentido que o feminismo tente reduzir o feminino a uma espécie de outra masculinidade, isto é, que a igualdade do género se traduza por uma qualquer forma de masculinização do feminino? Em suma, caberia perguntar até se homem e mulher não são seres que só fazem sentido no complemento espiritual e carnal de cada um?
Sofia Cristino e Luís Foch