2007-03-18

SÓ QUERO VER LISBOA A ARDER

Faz sentido este discurso?
Mais do que discutir a regionalização talvez importe pensar sobre certos discursos que se foram construindo a reboque dela.
É saudável fazer da dualidade norte/sul um dos problemas da sociedade portuguesa dos nossos dias? É claro que existem diferenças que decorrem das particularidades daquelas populações e dos ambientes geo-humanos em que vivem. Mas existem diferenças fundamentais e eventualmente geradoras de situações de conflito? É esse um problema com que os portugueses se devem preocupar?
Faz sentido falar do centralismo lisboeta? E tem sentido acoplar isso à dualidade norte/sul de que falámos? Afinal em que se traduz o centralismo lisboeta e como é que disso resulta o atrofiamento das outras regiões? Será que é por aqui que poderemos aspirar a compreender o que tem afastado Portugal dos níveis de desenvolvimento dos outros países da União Europeia?
Como explicar então a existência daquele género de discurso? Acreditamos que ele é comum ao sentimento das demografias em cujo nome fala? Quem o interpreta, então? Quem ganhou com ele?
Enfim, motes de reflexão que lhes propomos, desde já agradecendo as palavras dos amigos que, afinal, são quem faz o interesse que esta humilde praça de oliveiras possa ter.

2007-03-04

LEMBRAM O ZECA?

Para a
Margarida,
pelo mote que nos deu.

No passado dia vinte de Fevereiro passaram vinte anos sobre a morte de José Afonso, para alguns Zeca Afonso ou, para outros, simplesmente o Zeca.
O que resta da sua memória é o que pretendemos saber.
O que é mais recordado, a obra ou o homem? O que será mais importante recordar, aquela ou o seu criador?
Faz hoje algum sentido falar em José Afonso , na sua obra e nas suas actuações enquanto homem e artista, enquanto cantor socialmente empenhado? Terá sido o Zeca um vulto importante na cultura portuguesa da segunda metade do século passado?
Há um legado do Zeca na música portuguesa? Como se manifesta? Em que podemos encontrá-lo?
E as suas músicas e sobretudo as letras, são ainda hoje audíveis as primeiras e ainda transmitem alguma(s) mensagem(ns) as segundas?
E se estivéssemos a falar de António Variações, outro cantor e figura da nossa cultura que nos abandonou há vinte anos, poderíamos colocar as mesmas perguntas?